Fato ou Fake: funcionário ganhava R$ 7 mil sem qualificação para cargo público?

Fato ou Fake: funcionário ganhava R$ 7 mil sem qualificação para cargo público?

Uma notícia que circula na mídia acusa ex-funcionário do SAAE de ter recebido mensalmente “quase R$ 7 mil” em salário e, atualmente, “R$ 6 mil” na Prefeitura, onde encontra-se contratado em cargo em comissão. A informação veiculada também versa sobre a suposta falta de qualificação do funcionário e narra outros acontecimentos.

Será verdade? Vamos aos fatos [por partes]

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  • Salário de R$ 7 mil no SAAE?

É FAKE! O funcionário em questão jamais teve um salário próximo a R$ 7 mil enquanto trabalhava para o SAAE. De acordo com o holerites e recibos de pagamento salarial [baixe clicando aqui], o salário do funcionário era de R$ 2.977,77 somado ao adicional de insalubridade no valor de R$ 1.191,11, garantido a todos os profissionais em funções semelhantes, totalizando R$ 4.168,88.

A notícia veiculada na imprensa local utiliza como prova da informação inverídica uma imagem que mostra uma relação de nomes e valores, na qual o funcionário em questão recebeu R$ 6.908,40. No entanto, os mesmos veículos de comunicação não informam e nem consideram que o valor se deu em decorrência de pagamento adiantado de 13º salário.

7 MIL FAKE OU FATO

BAIXE O RECIBO DE PAG. DETALHADO CLICANDO AQUI

O fato poderia ter sido facilmente esclarecido, mas os veículos produtores da notícia não registraram qualquer pedido de esclarecimento no SAAE antes da notícia ser veiculada.

  • Salário de R$ 6 mil na Prefeitura?

É FATO! O funcionário em questão deixou o cargo comissionado no SAAE para tomar posse de emprego público de servidor municipal, após passar em concurso público da Prefeitura. Depois de tomar posse, o servidor foi convidado para assumir um novo cargo em comissão na Prefeitura, dessa vez como Diretor da Defesa Civil da cidade, com salário bruto de R$ 5.567,14, que se refere a R$ 4.223,70 líquido. Esse é o valor base de todos os funcionários que ocupam cargos da mesma categoria.

  • Funcionário não possui qualificação?

É FAKE! De acordo com as diretrizes das atribuições do cargo de Coordenador de Controle e Gestão [desempenhado no SAAE], a formação educacional exigida é a de Ensino Médio, ou Técnico, ou Superior – cujo primeiro critério é preenchido pelo funcionário em questão, que também tinha experiência correlacionada à área de atuação: antes de assumir este cargo, o funcionário havia trabalhado na mesma instituição como Assessor de Manutenção de Esgoto e Chefe de Manutenção de Automação por um período aproximado de três anos.

- Baixe ficha de admissão de Assessor de Man. de Esg. [dados pessoais suprimidos]
- Baixe a ficha de admissão de Chef. Man. de Aut. [dados pessoais suprimidos]

Já as diretrizes do cargo de Diretor de Defesa Civil, descrevem que a formação deve ser preferencialmente de Ensino Superior. Mas, não obrigatória. Mesmo assim, o funcionário que assumiu o cargo em maio de 2022, cursa a faculdade Superior de Tecnologia em Gestão Pública. Além disso, já possui certificado em “Segurança de Barragens e Elaboração de Plano de Contingência”, emitido pelo Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil e adquiriu experiência prévia no apoio a situações emergenciais, como em alagamentos e outros eventos de desastres naturais dos quais o SAAE deu suporte eventual.

certificado

  • Funcionário não estaria desempenhando as funções para o cargo?

FAKE! Há aproximadamente 3 meses, desde que assumiu o cargo, o funcionário já participou de capacitação de plano de contingência emergencial, desempenhou ações de notificação de risco e apurou situações pertinentes ao cargo. Os trabalhos desempenhados até o momento pelo funcionário já foram noticiados na mídia [inclusive pelo Portal Ternura FM] em, pelo menos, três ocasiões.

Confira os prints:

noticias sobre everton

Sobre a informação de que o funcionário “raramente aparece” na sede da Defesa Civil, cabe salientar que o Diretor da Defesa Civil responde à Secretaria de Segurança, Transito e Mobilidade Urbana – a qual se localiza no prédio da Prefeitura de Ibitinga, e não na Guarda Civil, como cita a reportagem.

Já em relação ao cargo anterior, desempenhado no SAAE, a direção de obras e projetos da autarquia [setor responsável pelo funcionário] informa que as funções do funcionário foram desenvolvidas normalmente – inclusive em dias de feriado, finais de semana e à noite - e que estranha as alegações apresentadas pela reportagem, com base em “fontes anônimas”.

  • Outras narrativas apresentadas na reportagem

Sobre outras narrativas de cunho pessoal, subjetivo, sugestivo e de impressão duvidosa redigidas e faladas nas veiculações acerca do assunto, a Prefeitura de Ibitinga salienta que não interfere na vida pessoal de seus colaboradores, sobretudo quanto aos locais onde comem ou em suas amizades pessoais.

Ademais, a Prefeitura ressalta que defende a liberdade de imprensa no uso de sua liberdade de expressão e no direito à informação. Mas lamenta que narrativas estejam sendo deturpadas ou, nem sequer, checadas ou questionadas junto aos setores responsáveis, antes de sua devida veiculação.

 

Atenciosamente,
Prefeitura Municipal da Estância Turística de Ibitinga

Obs: A publicação desta matéria com documentos, imagens e dados foi autorizada pelo funcionário.