A história da Capital Nacional dos Bordados e Enxovais começou em 1842, quando as famílias mineiras, Landim e de Pedro Alves de Oliveira (Velho Amaro), chegaram à região de “Campos de Araraquara”, de onde “os Amaro” partiram para o norte e fundaram a cidade de Boa Vista das Pedras, mais tarde conhecida como Itápolis.

A família Landim rumou para o sul e se estabeleceu na região da cachoeira de Wamicanga, para depois seguir a região entre o Córrego São Joaquim e o Córrego Água Quente, onde foi formado o povoado da "Capela da Água Quente, em 1860. Em 1885, o município foi elevado à “Distrito de Paz” e em 04 de julho de 1890 teve a sua emancipação político-administrativa.

Em 1987, o município tornou-se Área de Proteção Ambiental e, em 1992, de acordo com a Lei nº 8.199, o município foi elevado a “Estância Turística”.

 

A história do bordado

A história do bordado começou pelas mãos criativas de Dioguina Martins Sampaio Pires. Nascida em Vila Real, capital de Trás dos Montes, em Portugal, Dona Dioguina se estabaleceu na cidade, onde casou-se e teve seis filhos.

Para melhorar as condições de vida da família, ela adquiriu uma máquina de bordar, onde produzia vestidos de noivas, roupinhas para bebês, dentre outros produtos bordados.

Com o a evolução dos negócios, Dona Dioguina precisou contratar moças, que mais tarde disseminariam a sua arte. O local, conhecido como o "Salão de Dona Dioguina", tornou-se famoso. Através dessas mãos, em meados dos anos 40, Ibitinga já era conhecida como um ótimo lugar para que as noivas preparassem seus enxovais. O cuidado e o carinho empregado nos produtos que eram manuais, feitos em linho, com bordados em crivo e "richilieu", encantavam a todos.

Outros nomes, não menos importantes, também dedicaram-se na arte de bordar a ensinar jovens a adquirirem conhecimento profissional, como a valorosa Dona Maria Gonçalves Amorim Grilo; Gottardo Juliani, revendedor das máquinas e escola de bordar; Dona Marieta Macari Pires, uma das introdutoras do bordado como fonte de renda e proprietária de um salão de bordado denominado "Salão Santa Terezinha", onde trabalhavam várias moças que continuariam o trabalho iniciado por estas pioneiras.

Desde 1974, Ibitinga realiza a sua Feira do Bordado, que atrai milhares de turistas vindos de toda a parte do país. Vale a pena conhecer a Capital Nacional do Bordado e os seus encantos.

 

Diversidade turística

Embora a cidade tenha grande potencial turístico no âmbito comercial, o título de Estância Turística conquistado em 1992 se deu principalmente por três coisas: o Pantaninho, as obras do museu municipal e da igreja matriz, e a estátua do Bom Jesus. O bordado, que fez com que Ibitinga se tornasse conhecida nacionalmente apenas despertou o interesse para trazer o título para o município, mas não foi o principal argumento.

A riqueza cultural da cidade encanta a todos que por aqui passam. Na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus é possível ter acesso à Via Sacra, pintada pelo renomado artista ibitinguense Duílio Galli e a imagem do Senhor Bom Jesus talhada em madeira, trazida para cá em 1868. A cidade também possui obras importantes em seu museu como “Bandeirinhas”, do italiano Alfredo Volpi, “O Cangaceiro” de Aldemir Martins, “Crianças” de Tarsila do Amaral e as obras “Seguindo o Mestre” e “Via Sacra” de Duílio.

A cultura ibitinguense se transformou durante os anos e estabeleceu conexão direta com a religiosidade, especialmente através de eventos como a Via Sacra e o Corpus Christi, que ocorrem anualmente, há aproximadamente 40 anos. A procissão de Corpus Christi, que é enfeitada com bordados e confecções produzidos em Ibitinga, passa por 10 quarteirões e termina com uma missa campal defronte à centenária Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus.

Na mesma Igreja, desde 2011, estão os restos mortais de Nelsinho Santana, postulante a Santo, e que já detém título de Venerável. A ele há milagres atribuídos, como o que ocorreu no ano de 2007 quando o menino Vitor da Silva Leitão, de um ano, que sofria de uma doença chamada Macroencefalia (crescimento anormal do crânio), foi curado em Brasília-DF sem explicação médica.

A diversidade natural do município de Ibitinga também é imensa, pelos cincos rios que passam pela cidade (Tietê, Jacaré Guaçú, Jacaré Pepira, São Lourenço e Ribeirão dos Porcos), além do Pantaninho, que é um ambiente semelhante ao Pantanal Matogrossense, cheio de encantos, matas nativas, pássaros e outros animais da região.